A crise enfrentada pelos caminhoneiros nasceu de lambanças dos governos Lula e Dilma

Uma “política contracíclica” fez com que o Brasil tenha muito mais caminhões do que o necessário

Ainda que pairem muitas dúvidas sobre a greve dos caminhoneiros que eclodiu no final de maio de 2018, há uma certeza: de fato a situação dos grevistas é complicada. Nas condições normais de temperatura e pressão, a alta dos combustíveis observada no governo Temer seria repassada aos contratantes, com fretes acompanhando a inflação. Mas, ainda que o diesel tenha enfrentado um aumento de 60% no intervalo de poucos meses, o valor da contratação de um veículo de carga seguiu estável nos dois anos anteriores. Como explicar a situação?

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A lei da oferta e demanda é uma pista. Funciona de forma semelhante a um leilão: quando poucos interessados aparecem, o objeto a ser leiloado sai pela menor cotação. E um número excessivo de caminhões explicaria o porquê de o caminhoneiro brasileiro enfrentar uma forte depreciação do próprio trabalho.

O fenômeno de fato ocorreu. Conforme escreveu Samuel Pessôa, começou em 2009, ou logo após a Crise do Subprime americana. Para evitar que o estrago chegasse ao setor, o governo Lula passou a subsidiar a compra de veículos de carga por intermédio do BNDES. Mas os governos Lula e Dilma não interromperam a medida quando o Brasil retomou o crescimento logo em seguida. De lá até o presente, enquanto a frota de caminhões cresceu 40%, a economia cresceu apenas 11%.

Para completar, a pior recessão de todos os tempos (aquela do governo Dilma), e uma lenta retomada (esta do governo Temer), contribuíram para o caos. Em 2018, o tráfego de veículos pesados em estradas com pedágios estava 14% da abaixo do observado em fevereiro de 2014, pouco antes da reeleição da petista.

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É claro que a privatização da Petrobras ajudará o país a evitar crises semelhantes no futuro e não deve sair do norte de uma boa gestão. Mas é preciso identificar onde o ocorreu o erro, para que não se repita.

Enquanto isso, os candidatos da esquerda seguem defendendo que o BNDES volte a ser sacado para subsídios imprudentes. Como este que gerou uma greve tão complicada de se resolver.

via A crise enfrentada pelos caminhoneiros nasceu de lambanças dos governos Lula e Dilma – Senso Incomum

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